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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Intertextualidade - Alguns Textos


Língua Portuguesa – Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “Meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
 

Língua – Caetano Veloso

Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está  para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
“Minha pátria é minha língua”
Fala Mangueira!
Flor do Lácio Sambódromo.
Lusamérica latim em pó
O que quer 
O que pode
Esta língua?



 
 
Algumas fotos tiradas por mim no Carnaval 2007 - Rio de Janeiro
Temática: História da Língua Portuguesa
Escola de Samba: Mangueira
 
Início do desfile com a apresentação de porta-bandeira e mestre-sala. 
Obs.: Não consegui salvar o registro da comissão de frente e bateria.
 
Estátuas gigantescas de soldados romanos no início do desfile, já que 
a Língua Portuguesa vem do Latim, língua do povo romano.

Romanos também representados entre meio as estátuas gigantescas que desfilam pelo sambódromo.
 
As carruagens dos romanos.
 
Os coliseus - teatros da antiguidade, junto aos deuses cultuados na antiguidade.
 
 
 
Com a aventura das grandes navegações portuguesas, uma das formas que a Língua Portuguesa se
 espalhou pelo mundo, os antigos navegadores enfrentavam mares desconhecidos sem os meios de
 comunicação ou informação eficientes da atualidade. Monstros marinhos ou outros seres 
permeavam as imaginações e histórias a respeito dos novos mundos então explorados.


E a exuberância da natureza encontrada no Brasil junto aos indígenas que habitavam estas terras.
Mas nem tudo foram cores, brilhos e flores, pois a imposição linguística e cultural se deu 
de forma imposta e com certa crueldade vivenciada por esse povo que aqui vivia.
Então uma caveira no início do carro alegórico.
 
E chegam os padres jesuítas para "catequizarem" os indígenas (tempos depois expulsos do país).
Uma página triste nesta história de colonização portuguesa também foi a escravidão.
Infelizmente o preconceito e a discriminação persistem na atualidade, apesar de
tantos avanços científicos, tecnológicos...
 
 
 
 
 
Obras já produzidas por artistas do Brasil.
 Abaporu é uma clássica pintura do modernismo brasileiro, da artista Tarsila do Amaral.

A valorização do indígena e de outros povos que vieram para o Brasil, como
o povo italiano (cachos de uvas gigantescos ao lado do carro alegórico).
 
E a representação da Revolução Industrial. 
O processo de industrialização ampliou o acesso aos meios culturais do país. 

A valorização dos produtos que são produzidos no nosso país e que, inclusive, 
são exportados a outros países.

Em torno de trezentos ou mais componentes por ala, com as cores da escola. 

 
  E adentra à avenida uma réplica do Museu Estação da Luz do Estado de São Paulo, 
de suma importância para o acervo cultural da Língua Portuguesa que, infelizmente,
 sofreu um incêndio de grandes proporções em 2015.

Artistas, poetas, escritores, compositores, historiadores que levam a cultura adiante no país são homenageados com a participação de membros da Academia Brasileira de Letras no desfile. 
Ainda a valorização de integrantes senis da história da escola, no mesmo carro alegórico.

 
 
 E o desfile encerra com membros da Academia Brasileira de Letras na Avenida do Samba.
Na parte de trás do carro alegórico, livros sobrepostos e caixas de uísques que representam
o estrangeirismo presente na Língua Portuguesa da atualidade.
Com uma atenção maior percebemos, no entanto, que são os títulos de obras clássicas 
da nossa literatura que aparecem estampados nas supostas caixas de uísques.
A valorização cultural do país.
 
 
Dentre as músicas que homenageiam nossa pátria:


AQUARELA DO BRASIL
Ary Barroso
 
Brasil, meu Brasil Brasileiro,
Meu mulato inzoneiro,
Vou cantar-te nos meus versos:
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar;
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil!... Pra mim!... Pra mim!...
Ô, abre a cortina do passado;
Tira a mãe preta do cerrado;
Bota o rei congo no congado.
Brasil!... Brasil!...
Deixa cantar de novo o trovador
À merencória à luz da lua
Toda canção do meu amor.
Quero ver essa Dona caminhando
Pelos salões, arrastando
O seu vestido rendado.
Brasil!... Brasil! Pra mim ... Pra mim!...
Brasil, terra boa e gostosa
Da moreninha sestrosa
De olhar indiferente.
O Brasil, verde que dá
Para o mundo admirar.
O Brasil do meu amor,
Terra de Nosso Senhor.
Brasil!... Brasil! Pra mim ... Pra mim!...
Esse coqueiro que dá coco,
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar.
Ô! Estas fontes murmurantes
Onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar.
Ô! Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil Brasileiro,
Terra de samba e pandeiro.
Brasil!... Brasil!
 


 
TRAVESSIA
Milton Nascimento
 

Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar
 


 
ENCONTROS E DESPEDIDAS
Balangandã