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quarta-feira, 28 de março de 2012

Pontuação

SINAIS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;

2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;

3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

Segundo a ótima definição de Júlio Ribeiro, pontuação é a ‘arte de dividir, por meio de sinais gráficos, as partes do discurso que não têm entre si ligação íntima, e de mostrar do modo mais claro as relações que existem entre essas partes’ ” (Napoleão Mendes de Almeida, Gramática Metódica da Língua Portuguesa, p. 570).
Com Nina Catach, entendemos pontuação um sistema de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas” (Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, p. 604).
A língua escrita não dispõe dos inumeráveis recursos rítmicos e melódicos da língua falada. Para suprir esta carência, ou melhor, para reconstituir aproximadamente o movimento vivo da elocução oral, serve-se da PONTUAÇÃO” (Celso Cunha & Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 625).

Levando em consideração as definições acima, podemos dizer que os sinais de pontuação têm por finalidade assinalar as pausas e as entonações na leitura, separar palavras, expressões e orações que precisam ser destacadas – e para fazer esclarecimentos a respeito de algo que se escreveu.
Na nossa linguagem diária usamos a entoação mas, na maioria das vezes, nem percebemos. Ela é capaz de mudar o significado do que dizemos. Observe:

   
    Fonte: D'ÁVILA, Susana. Gramática:
               Uso e Abuso da Língua Portuguesa.
               São Paulo: Editora do Brasil, 1997.


Também, ao tentarmos reproduzir no papel a entoação que usamos ao falar, encontramos dificuldade, pois a pontuação não consegue cumprir bem essa finalidade. Então, na tentativa de reproduzir um pouco do movimento vivo de nossa fala, usamos a pontuação.

Principais usos dos sinais de pontuação:
PONTO FINAL ( . )
É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas:
Lembrei-me de um caso antigo.
Vamos animar a festa.
O ponto final também é utilizado em abreviaturas:
Sr. (senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), pág. (página).

PONTO DE INTERROGAÇÃO (?)
É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase,
indicando uma pergunta direta.
Quem é você? Por que ninguém ligou? Que dia é hoje?
Não deve ser usado nas perguntas indiretas.
Perguntei a você quem estava no quarto.

PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!)
É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou locuções.
Marca o enunciado de entoação exclamativa.
Ah! Isso é demais! Mas que doce gostoso!

DOIS PONTOS ( : )
Os dois pontos são empregados nos seguintes casos:
- para iniciar uma enumeração.
O computador tem a seguinte configuração: memória RAM 256 MB;
HD 40 GB; fax-modem; placa de rede e som.
Precisamos comprar: leite, carne, ovos, pão e açúcar.
- antes de uma citação.
Já diz o ditado: tal pai, tal filho.
Como já diz a música: o poeta não morreu.
- para iniciar a fala de uma pessoa, personagem.
O repórter disse:
- Nossa reportagem volta à cena do crime.
- para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito.
Nota de esclarecimento:
Nossa empresa não envia e-mail a seus clientes.
Quaisquer informações devem ser tratadas em nosso escritório.
O Ministério de Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.

RETICÊNCIAS (…)
Para indicar suspensão ou interrupção de pensamento. Para indicar hesitação. Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento que o autor não quer explicitar (Exemplo: Aqui jaz meu amigo. Ele repousa e eu também…). Para dar tempo ao leitor para que ele reflita sobre o que foi escrito na mensagem.
No caso a seguir, marca uma enumeração exaustiva, entremeada de pausas.
Ironiza-se o excesso de procedimentos de segurança adotados nos
Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

















Fonte:D'ÁVILA, Susana.Gramática:
Uso e Abuso da Língua Portuguesa.
São Paulo: Editora do Brasil, 1997.

- para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
Estava digitando quando...
Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e...
- para indicar hesitações comuns na língua falada.
Não vou ficar aqui por que... por que... não quero problemas.
- para indicar movimento ou continuação de um fato.
E a bola foi entrando...
- para indicar dúvida ou surpresa na fala da pessoa.
Rodrigo! Você... passou no vestibular!
Antônio... você vai viajar?


ASPAS (” “)

No início e no fim de uma citação ou de um trecho/texto transcrito de uma obra. Para indicar o uso proposital de um vício de linguagem. Nos nomes de obras. Em legendas. Para dar ênfase ou destacar uma palavra, expressão ou frase. Se as aspas abrangem todo um trecho, elas devem ser colocadas depois do ponto final desse trecho.
- na indicação de nomes de livros.
Já li “O Ateneu” de Raul Pompéia.
Os Lusíadas” de Camões tem grande importância literária.
Na bandeira está escrito: “Ordem e Progresso”.
- nas citações ou transcrições de obras.
Tudo começou com um telefonema da empresa, convidando-me para trabalhar lá na sede. Já havia mandado um currículo antes, mas eles nunca entraram em contato comigo. Quando as seleções recomeçaram mandei um currículo novamente”, revelou Cleber.
- para destacar palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia.
Que “belo” exemplo você deu.
Vamos assistir a “show” de mágica.

PARÊNTESES OU PARÊNTESIS ( )
São usados nos seguintes casos:
- na separação de qualquer indicação de ordem explicativa, para intercalar
uma informação acessória.
Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo verbal) e o predicativo (núcleo nominal).
- na separação de um comentário ou reflexão.
Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está manchada) por todo o país.
- para separar indicações bibliográficas.
(Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972).

VÍRGULA ( , )
A vírgula é usada nos seguintes casos:
- para separar o nome de localidades das datas.
Recife, 28 de junho de 2005.
- para separar vocativo.
Meu filho, venha tomar seus remédios.
- para separar aposto.
Brasil, país do futebol, é um grande centro de formação de jogadores.
- para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como:
isto é, aliás, além, por exemplo, além disso, então...
O nosso sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus.
Além disso, precisamos de um bom firewall.
Porém, os estudos foram encerrados.
Os estudos, porém, foram encerrados.
O amor, por exemplo, é um sacerdócio.” (Machado de Assis)
Escapamos, isto é, fugimos.
- para separar orações coordenadas assindéticas (não introduzidas por conjunção).
Não se perca de mim, nem desapareça.
Cobram muitos impostos, no entanto poucas obras são feitas.
- para separar orações coordenadas sindéticas (introduzidas por conjunção e classificadas conforme as conjunções que as introduzem), desde que não sejam iniciadas por e, ou nem.
Ela ganhou um carro, mas não sabe dirigir.
Eu não quero ir ao cinema nem jogar futebol.
Preciso falar com você e combinar nosso passeio.
- para separar orações adjetivas explicativas.
A Amazônia, pulmão mundial, está sendo devastada.
- para separar o adjunto adverbial.
Com a pá, retirou a sujeira.

Observações:
- para evitar frases confusas e mesmo equívocas.
A grita se levanta ao céu, da gente.” (Camões)
É fácil dar bons conselhos; segui-los sempre, custa mais.” (J. Nogueira).
- para indicar a elipse do verbo.
O colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca.” (R. Pompeia)
- para, nas datas, separar os topônimos.
Ex: São Paulo, 15 de maio de 2008.
Rua Boa Morte, 1.242
Caixa Postal 14 (correto)
Caixa Postal, 14 (errado)
Apartamento 80
Casa 26

PONTO E VÍRGULA ( ; )
Indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final.
Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos:
- para separar os itens de uma enumeração (relação) feita até o penúltimo item; para separar os considerandos de uma lei ou de um decreto; num trecho em que ocorreram muitas vírgulas.
As vozes do verbo são:
  1. voz ativa;
  2. voz passiva;
  3. voz reflexiva.
- para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia – e substituir a vírgula.
Deveria entregar o documento hoje; porém, só o entregarei amanhã à noite.


A vírgula altera o sentido da frase?

O emprego da vírgula está condicionado a razões de ordem sintática. Dessa forma, a presença ou não desse sinal de pontuação, além de ser fundamental para determinar a função sintática dos termos na oração, é imprescindível no sentido da frase. Observe:

O advogado do cantor, Sérgio Silva, requereu no Supremo Tribunal de Justiça a anulação da prisão temporária de seu cliente.
O advogado do cantor Sérgio Silva requereu ontem no Supremo Tribunal de Justiça a anulação da prisão temporária de seu cliente.

No primeiro exemplo, a presença das vírgulas indica que o nome do advogado do cantor é Sérgio Silva e o nome do cantor é desconhecido por nós. Porém, no segundo exemplo, a ausência das vírgulas indica que Sérgio Silva é o nome do cantor. Neste caso, o nome do advogado é desconhecido por nós.

Veja mais um exemplo:
João quer almoçar.
João, quer almoçar?
As duas orações são compostas das mesmas palavras, mas a pontuação diferente altera-lhes substancialmente o sentido.
Na primeira, há uma frase declarativa, marcada pelo ponto final. O termo "João" é o sujeito da oração. Na segunda, há uma frase interrogativa. A vírgula, após o termo "João", indica que ele funciona como vocativo da oração.
Qual o sentido você observa nas duas frases abaixo?
Os candidatos, que não levarem a identidade, não poderão fazer a prova.
Os candidatos que não levarem a identidade não poderão fazer a prova.

A VÍRGULA FATAL
A czarina russa Maria Fyodorovna certa vez salvou a vida de um homem, apenas mudando a vírgula de sua sentença de lugar. Muito inteligente, ela que não concordava com a decisão de seu marido, Alexandre II, usou o artificio a seguir. O Czar enviou o prisioneiro para a prisão e morte no calabouço
da Sibéria. No fim da ordem de prisão vinha escrito: “Perdão impossível, enviar para Sibéria.” Maria ordenou que redigissem nova ordem, e fingindo ler o documento original, mudou uma vírgula, transformando a ordem em: “Perdão, impossível enviar para Sibéria.” E o prisioneiro foi libertado.


A VÍRGULA DE UM MILHÃO DE DÓLARES
Pode parecer incrível, mas uma única vírgula causou uma confusão e prejuízo terrível para o governo dos EUA. A história é a seguinte: Na lei de tarifa alfandegária aprovada pelo congresso em 6 de junho de 1872, uma lista de artigos livres de impostos incluía: “plantas frutíferas, tropicais e semi-tropicais”. Na hora de escrever o documento, um funcionário público distraído acrescentou sem perceber uma nova vírgula, deixando o texto assim: “plantas, frutíferas, tropicais e semi-tropicais". Isso fez com que todos os importadores de plantas americanos pleiteassem o direito de importação livre de impostos. Isso causou uma fortuna em impostos aos cofres dos EUA, e a lei só foi reescrita em 9 de maio de 1894. O desastrado funcionário público, ao que parece, não foi demitido.

A VÍRGULA DA DIETA DOS PANDAS
O fascínio popular com erros de gramática valeu a Lynne Truss vários milhões de libras, quando seu livro sobre pontuação, “Eats, Shoots and Leaves” – Uma frase encontrada num comentário sobre a dieta dos pandas – chegou ao topo da lista de best sellers no Reino Unido e nos Estados Unidos nos anos de 2003 a 2004 "Eats, Shoots and Leaves” com a virgula, significa “Come, Atira e Vai Embora”. No documentário sobre Pandas, eles provavelmente queriam dizer sem a vírgula “Eats Shoots and Leaves".O que significaria “Come Brotos e Folhas”.

A VÍRGULA DA BLASFÊMIA
A vírgula já causou embaraço também para os religiosos. Em várias edições da Bíblia do rei James, Lucas 23:32 é alterado inteiramente pela maldita vírgula. Não por ela, mas sim pela falta dela. Na passagem que descreve os outros homens crucificado com Cristo, as edições erradas dizem: “E havia mais dois outros malfeitores”. A falta da vírgula colocou Cristo como malfeitor na própria Bíblia. O correto seria “E havia mais dois outros, malfeitores".

Duplo sentido
Duplo sentido das frases é muito comum em escritas rápidas, como linguagem de Internet, por exemplo, que frases enormes são formadas em sites de relacionamentos sem nenhuma ou qualquer pontuação. Se lida por 4 pessoas, certamente teremos mais de 8 interpretações diferentes de um mesmo texto.
Um simples erro de colocação de vírgula matou Lucas, um homem inocente. A vírgula, se mal colocada, muda totalmente o sentido das frases, ela é um importante detalhe que determina as pausas entre as frases para sua compreensão, deve ser utilizada como uma ferramenta da língua com cautela, afinal, por menor que seja, é um recurso enorme e é capaz de matar alguém!
Num reino muito antigo, há muitos anos atrás, Lucas, um homem inocente, morre! Lucas teria sido condenado à forca por suposta tentativa de homicídio, de uma moça da nobreza. Minutos antes do enforcamento de Lucas, o rei Robert recebe um pergaminho de Amélia, uma espécie de delegada da época, com os seguintes dizeres: "Homem bom não, mate-o!" Robert então deu o avaro para o enforcamento de Lucas, com a certeza de que era culpado, com os dizeres escritos por Amélia.
Amélia quis salvar Lucas, mas um erro de colocação da vírgula acabou por enforcar um homem inocente. O correto seria: "Homem bom, não mate-o!"
Verdadeiro sentido:
Lucas morreu enforcado!
A vírgula matou Lucas!
. *.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.
O homem sabe utilizar as ferramentas mais adequadas em seu próprio benefício, verbalmente; entretanto, muitas vezes, não é capaz de expor suas expressões manuscritas, pois não consegue trabalhar de forma eficiente ao utilizar os sinais de pontuação.
Somos como um ponto de interrogação questionável, sempre questionando e sendo questionados.
As vírgulas em nossas vidas vêm para pausar a pressa, que é a inimiga de nossa perfeição.

Observe como cada uso da vírgula
muda o sentido de cada enunciação:
1. Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.


2. Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.


3. Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.


4. Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.


5. E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.


6. Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.


7. A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.


8. SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE
TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

- Se você for mulher, certamente colocará a vírgula depois de MULHER.
- Se você for homem, certamente colocará a vírgula depois de TEM.


9. Esse texto é bem interessante:

Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e pena, e escreveu assim:

"Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a
conta do alfaiate nada aos pobres
".


Não teve tempo de pontuar - e morreu. A quem deixava ele a fortuna que
tinha? Eram quatro os concorrentes. Chegou o sobrinho e fez estas
pontuações numa cópia do bilhete:

"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".

A irmã do morto chegou em seguida, com outra cópia do escrito; e
pontuou-o deste modo:

"Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga
a conta do alfaiate. Nada aos pobres".

Surgiu o alfaiate que, pedindo cópia do original, fez estas
pontuações:

"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".

O juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade; e um
deles, mais sabido, tomando outra cópia, pontuou-a assim:

"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres".


10. Muda o sentido da oração:
I - Em pouco não haverá mais meninos que joguem tudo na rua.
II - Em pouco não haverá mais meninos que joguem tudo, na rua.


Na frase II a vírgula apenas explica que os meninos jogam tudo na rua,

enquanto na frase I, onde não há vírgula, há uma restrição, ou seja, os
meninos jogam tudo apenas na rua.

11. Muda o sentido da oração:

I - Era incriminador o olhar que recebi numa viagem de meu filho.
II - Era incriminador o olhar que recebi, numa viagem, de meu filho.

Na 1ª fase, a ideia é de que a viagem foi feita apenas pelo filho e que o

olhar não partiu dele, enquanto que na 2ª frase a ideia é de que mãe e
filho estavam juntos e que o olhar dirigido a ela foi do filho.


12. Muda o sentido da oração:
Matar o prefeito, não é crime.
Matar o prefeito não, é crime.

13. A vírgula e o ponto também:

"Um caçador tinha um cão e a mãe do caçador era também o pai do cão."
"Um caçador tinha um cão e a mãe. Do caçador, era também o pai do cão."

Ou seja: O caçador tinha um cão, a mãe do cão e o pai do cão.

14. Limita a significação do antecedente ou acrescenta informação:

O Olavo Bilac que escreveu O caçador de esmeraldas é um bom escritor.
O Olavo Bilac, que escreveu O caçador de esmeraldas, é um bom escritor.

15. Muda o sentido:

Se a corte condena, eu não absolvo.
Se a corte condena, eu não, absolvo.

16. Muda o sentido:

Enquanto o padre pasta, o burro reza.
Enquanto o padre pasta o burro, reza.

17. Como pontuar a frase abaixo?

      Uma andorinha só não faz verão

Observe:
Uma andorinha só não faz: verão!

18. Limita a significação do antecedente ou acrescenta informação:

Encontrar você como combinamos não vai dar.
Encontrar você, como combinamos, não vai dar.







 
Informações complementares sobre o uso da vírgula:

A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da
continuação do período. Geralmente é usada:
- nas datas, para separar o nome da localidade.
São Paulo, 25 de agosto de 2005.
- após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
– Você gostou do vestido?
Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
Não, no final de semana.
- após a saudação em correspondência (social e comercial).
Com muito amor,
Respeitosamente
,
- para separar termos de uma mesma função sintática.
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
- para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e
a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo,
a não ser que a ênfase o exija.
c) um vocativo
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Juliana, a aluna destaque,passou no vestibular.
e) uma expressão explicativa
(isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc)
O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos,
tem seu princípio em Deus.
- para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
O documento de identidade, você trouxe?
-para separar elementos paralelos de um provérbio.
Tal pai, tal filho.
-para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
As flores, eu as recebi hoje.
-para indicar a elipse de um termo.
Daniel ficou alegre; eu, triste.
- para isolar elementos repetidos.
                       A casa, a casa está destruída.
                       Estão todos cansados, cansados de dar dó!
-para separar orações intercaladas.
O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola.
- para separar orações coordenadas assindéticas.
O tempo não para no porto, não apita na curva,não espera ninguém.
- para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e
  algumas orações alternativas.
Esforçou-se muito,porém não conseguiu o prêmio.
Vá devagar, que o caminho é perigoso.
Estuda muito, pois será recompensado.
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.

ATENÇÃO

Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.

Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou".
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

-para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, sobretudo quando vêm  
  antes da principal.
Por Exemplo:
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.

-para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Por Exemplo:
A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.


Termos aos quais queremos dar ênfase (geralmente pleonásticos), mormente quando na
ordem inversa:
As folhas, levou-as o vento.
Ao homem, deu-lhe Deus a sensibilidade para amar o bem.

Palavras de mesma categoria gramatical (sujeito composto, vários adjuntos, objetos diretos etc):
A noz, o burro, o sino, o preguiçoso, nenhum sem pancada faz seu ofício.
Uso da vírgula entre as orações do período: quanto à vírgula separando orações, devemos observar que todas as orações costumam, salvo exceções, admitir vírgula entre si.

Separando orações intercaladas
Os soldados, saltando a pulo as trincheiras, fugiam à velocidade espantosa do animal.
Não podemos, dizia ele, pagar o bem com o mal.
Observação: a oração intercalada pode vir também separada pelo duplo travessão e por parênteses.

Separando orações subordinadas adverbiais, quando iniciam período ou se intercalam:
Como Buda disse, tudo é dor.
Ainda que a situação fosse adversa, conseguimos bom resultado.
Quando ela desapareceu, o jovem recostou-se ao tronco da imburana e esperou.

Separando orações subordinadas adjetivas explicativas:
Os homens, que são seres racionais, dominam a natureza.
O juiz, que era íntegro, não se vendeu.
Observação: A oração subordinada adjetiva é aquela que desempenha função típica de um
adjetivo, atuando como adjunto adnominal em relação a um nome da oração principal.

Vem sempre associada a um nome e introduzida por um pronome relativo que, o qual
(a qual, os quais, as quais), quem, cujo (cuja, cujos, cujas), onde.
Classifica-se em subordinada adjetiva restritiva e explicativa.
Oração subordinada adjetiva restritiva é aquela que, como o próprio nome já diz, restringe
ou particulariza o nome a que se refere a todos os elementos do conjunto.

A adjetiva restritiva não se separa da oração principal por meio de vírgula.
Há um conjunto formado por todos os alunos; dentro desse conjunto há um subconjunto
formado apenas pelos alunos que passarem na prova; a informação dada pela oração adjetiva
que passarem na prova aplica-se apenas ao subconjunto: entende-se, portanto, que os demais
alunos (os que não passarem) não serão inscritos. Percebe-se então que esse tipo de oração
adjetiva restringe, limita a extensão do termo a que se refere (no exemplo dado, esse termo é
o substantivo alunos); daí ser classificada como oração adjetiva restritiva.
Já a oração subordinada adjetiva explicativa é aquela que não restringe nem particulariza
o nome a que se refere: apenas põe em evidência uma propriedade interpretada como
pertencente a todos os elementos do conjunto a que se refere.

A adjetiva explicativa vem sempre isolada entre vírgulas.
Não se usa vírgula antes de:
Orações subordinadas substantivas:
Esperamos que ele vença.
Não se imaginava que a propaganda seria tão agressiva.
Observação: As orações subordinadas apositivas, quando deslocadas, vêm entre vírgulas.
Exs.: Proferiu o agonizante estas palavras: que nós não o devíamos abandonar.
Estas palavras, que nós não o devíamos abandonar, o agonizante proferiu.
Orações subordinadas adjetivas restritivas: conforme explicação dada acima.

Orações ligadas pela conjunção E:
Quando as orações são ligadas pela conjunção E, normalmente se utiliza vírgula.
Não obstante, coloca-se vírgula antes da conjunção E, quando:

As orações têm sujeitos diferentes:
A noite caía, e o baile começou.

A 2ª oração repete o conceito da 1ª (pleonástica):
Neguei-o eu, e nego.” (Rui Barbosa)

O E é puramente enfático (polissíndeto):
E suspira, e geme, e sofre, e sua.

O E tem valor de mas (adversativa):
Estudou, e foi reprovado.

Fontes:



D'ÁVILA, Susana. Gramática: Uso e Abuso da Língua Portuguesa.
São Paulo: Editora do Brasil, 1997.


FREAKPEDIA - VERSÃO BETA: Livre e Insignificante.
Acesso em 26/03/2012.

JULIOBATTISTI.COM.BR. Português para Concursos.
Disponível em:
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/pontuacao001.asp
Acesso em 04/04/2012.


MUNDO GUMP. As mais incríveis confusões causadas pela vírgula.
Disponível em:
http://www.mundogump.com.br/as-mais-incriveis-confusoes-causadas-pela-virgula/
Acesso em 26/03/2012.

PORTUGUES PARA CONCURSOS. Teoria Objetiva – Vídeos – Exercícios.
Disponível em:
http://www.portuguesconcurso.com/2009/05/virgula-altera-o-sentido-da-frase-parte_3565.html
Acesso em 26/03/2012.

SEED. Secretaria de Estado da Educação. Língua Portuguesa e Literatura. p.191
Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/6280658/Apostila-SEED-Lingua-Portuguesa-e-Literatura
 Acesso em: 28/03/2012.


SENAC. Departamento Regional no Estado do Paraná. Gerência de Operações.
Manual de Redação Comercial. 4.ed. Rev. Ampl. Curitiba, 1994. 105p.


SÓ PORTUGUÊS. Sinais de Pontuação.
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono30.php
Acesso em 04/04/2012.

UOL EDUCAÇÃO – O Meu Futuro: O Portal da Sua Vida.
Disponível em:
http://www.omeufuturo.com.br/blog/2010/noticia/o-uso-dos-sinais-de-pontuacao/
Acesso em 04/04/2012.


YAHOO Respostas.
Disponível em: br.answers.yahoo.com ・ ... ・ Educação e Referência ・ ... ・
Testes e Padrões. Acesso em 26/03/2012.