SINAIS DE PONTUAÇÃO
Os
sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem
escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da
linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as
pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:
1)
Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;
2)
Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
3)
Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.
“Segundo
a ótima definição de Júlio Ribeiro, pontuação é a ‘arte de
dividir, por meio de sinais gráficos, as partes do discurso que não
têm entre si ligação íntima, e de mostrar do modo mais claro as
relações que existem entre essas partes’ ” (Napoleão Mendes de
Almeida, Gramática Metódica da Língua Portuguesa, p. 570).
“Com
Nina Catach, entendemos pontuação um sistema de reforço da
escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a organizar
as relações e a proporção das partes do discurso e das pausas
orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as funções
da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas” (Evanildo
Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, p. 604).
“A
língua escrita não dispõe dos inumeráveis recursos rítmicos e
melódicos da língua falada. Para suprir esta carência, ou melhor,
para reconstituir aproximadamente o movimento vivo da elocução
oral, serve-se da PONTUAÇÃO” (Celso Cunha & Lindley Cintra,
Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 625).
Levando
em consideração as definições acima, podemos dizer que os sinais
de pontuação têm por finalidade assinalar as pausas e as
entonações na leitura, separar palavras, expressões e orações
que precisam ser destacadas – e para fazer esclarecimentos a
respeito de algo que se escreveu.
Na
nossa linguagem diária usamos a entoação mas, na maioria das
vezes, nem percebemos. Ela é capaz de mudar o significado do que
dizemos. Observe:
Fonte:
D'ÁVILA, Susana.
Gramática:
Uso e Abuso da Língua Portuguesa.
São Paulo:
Editora do Brasil, 1997.
Também,
ao tentarmos reproduzir no papel a entoação que usamos ao falar,
encontramos dificuldade, pois a pontuação não consegue cumprir bem
essa finalidade. Então, na tentativa de reproduzir um pouco do
movimento vivo de nossa fala, usamos a pontuação.
Principais
usos dos sinais de pontuação:
PONTO
FINAL ( . )
É
utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas:
Lembrei-me
de um caso antigo.
Vamos
animar a festa.
O
ponto final também é utilizado em abreviaturas:
Sr.
(senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), pág. (página).
PONTO DE
INTERROGAÇÃO (?)
É
utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase,
indicando
uma pergunta direta.
Quem é você? Por que ninguém ligou? Que dia é hoje?
Quem é você? Por que ninguém ligou? Que dia é hoje?
Não
deve ser usado nas perguntas indiretas.
Perguntei
a você quem estava no quarto.
PONTO DE
EXCLAMAÇÃO (!)
É
usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou
locuções.
Marca
o enunciado de entoação exclamativa.
Ah!
Isso é demais! Mas que doce gostoso!
DOIS
PONTOS ( : )
Os
dois pontos são empregados nos seguintes casos:
-
para
iniciar uma enumeração.
O
computador tem a seguinte configuração: memória RAM 256 MB;
HD
40 GB; fax-modem; placa de rede e som.
Precisamos
comprar: leite, carne, ovos, pão e açúcar.
-
antes de
uma citação.
Já
diz o ditado: tal pai, tal filho.
Como
já diz a música: o poeta não morreu.
-
para
iniciar a fala de uma pessoa, personagem.
O
repórter disse:
-
Nossa reportagem volta à cena do crime.
-
para
indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito.
Nota
de esclarecimento:
Nossa
empresa não envia e-mail a seus clientes.
Quaisquer
informações devem ser tratadas em nosso escritório.
O
Ministério de Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde.
RETICÊNCIAS
(…)
Para
indicar suspensão ou interrupção de pensamento. Para indicar
hesitação. Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro
sentimento que o autor não quer explicitar (Exemplo: Aqui jaz meu
amigo. Ele repousa e eu também…). Para dar tempo ao leitor para
que ele reflita sobre o que foi escrito na mensagem.
No caso a seguir, marca uma enumeração exaustiva, entremeada de pausas.
Ironiza-se o excesso de procedimentos de segurança adotados nos
Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.
Ironiza-se o excesso de procedimentos de segurança adotados nos
Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.
Fonte:D'ÁVILA, Susana.Gramática:
Uso e Abuso da Língua Portuguesa.
São Paulo: Editora do Brasil, 1997.
-
para
indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
Estava
digitando quando...
Guiava
tranquilamente quando passei pela cidade e...
-
para
indicar hesitações comuns na língua falada.
Não
vou ficar aqui por que... por que... não quero problemas.
-
para
indicar movimento ou continuação de um fato.
E
a bola foi entrando...
-
para indicar dúvida ou surpresa na fala da pessoa.
Rodrigo!
Você... passou no vestibular!
Antônio...
você vai viajar?
ASPAS
(” “)
No
início e no fim de uma citação ou de um trecho/texto transcrito de
uma obra. Para indicar o uso proposital de um vício de linguagem.
Nos nomes de obras. Em legendas. Para dar ênfase ou destacar uma
palavra, expressão ou frase. Se as aspas abrangem todo um trecho,
elas devem ser colocadas depois do ponto final desse trecho.
-
na
indicação de nomes de livros.
Já
li “O Ateneu” de Raul Pompéia.
“Os
Lusíadas” de Camões tem grande importância literária.
Na
bandeira está escrito: “Ordem e Progresso”.
-
nas
citações ou transcrições de obras.
“Tudo
começou com um telefonema da empresa, convidando-me para trabalhar
lá na sede. Já havia mandado um currículo antes, mas eles nunca
entraram em contato comigo. Quando as seleções recomeçaram mandei
um currículo novamente”, revelou Cleber.
-
para
destacar palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia.
Que
“belo” exemplo você deu.
Vamos
assistir a “show” de mágica.
PARÊNTESES
OU PARÊNTESIS ( )
São
usados nos seguintes casos:
-
na separação de qualquer indicação de ordem explicativa, para
intercalar
uma
informação acessória.
Predicado
verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo
verbal) e o predicativo (núcleo nominal).
-
na
separação de um comentário ou reflexão.
Os
escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está
manchada) por todo o país.
-
para
separar indicações bibliográficas.
(Mario
Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972).
VÍRGULA
( , )
A
vírgula é usada nos seguintes casos:
-
para
separar o nome de localidades das datas.
Recife,
28 de junho de 2005.
-
para
separar vocativo.
Meu
filho,
venha tomar seus remédios.
-
para
separar aposto.
Brasil,
país do
futebol,
é um grande centro de formação de jogadores.
-
para
separar expressões explicativas ou retificativas, tais como:
isto
é, aliás, além, por exemplo, além disso, então...
O
nosso sistema precisa de proteção, isto
é, de
um bom antivírus.
Além
disso,
precisamos de um bom firewall.
Porém,
os estudos foram encerrados.
Os
estudos, porém,
foram encerrados.
“O
amor, por
exemplo,
é um sacerdócio.” (Machado de Assis)
Escapamos,
isto é,
fugimos.
-
para
separar orações coordenadas assindéticas (não introduzidas por
conjunção).
Não
se perca de mim,
nem desapareça.
Cobram
muitos impostos,
no entanto poucas obras são feitas.
-
para
separar orações coordenadas sindéticas (introduzidas por conjunção
e classificadas conforme as conjunções que as introduzem), desde
que não sejam iniciadas por e,
ou nem.
Ela
ganhou um carro, mas
não sabe dirigir.
Eu
não quero ir ao cinema nem
jogar futebol.
Preciso
falar com você e
combinar nosso passeio.
-
para
separar orações adjetivas explicativas.
A
Amazônia, pulmão
mundial,
está sendo devastada.
-
para
separar o adjunto adverbial.
Com
a pá,
retirou a sujeira.
Observações:
-
para evitar frases confusas e mesmo equívocas.
“A
grita se levanta ao céu, da gente.” (Camões)
“É
fácil dar bons conselhos; segui-los sempre, custa mais.” (J.
Nogueira).
-
para indicar a elipse do verbo.
“O
colégio compareceu fardado; a diretoria, de casaca.” (R. Pompeia)
-
para, nas datas, separar os topônimos.
Ex:
São Paulo, 15 de maio de 2008.
Rua
Boa Morte, 1.242
Caixa
Postal 14 (correto)
Caixa
Postal, 14 (errado)
Apartamento
80
Casa
26
PONTO
E VÍRGULA ( ; )
Indica
uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto
final.
Emprega-se
o ponto e vírgula nos seguintes casos:
-
para
separar os itens de uma enumeração (relação) feita até o
penúltimo item; para separar os considerandos de uma lei ou de um
decreto; num trecho em que ocorreram muitas vírgulas.
As
vozes do verbo são:
- voz ativa;
- voz passiva;
- voz reflexiva.
-
para
aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém,
contudo, todavia – e substituir a vírgula.
Deveria
entregar o documento hoje; porém, só o entregarei amanhã à noite.
A vírgula altera o sentido da frase?
O
emprego
da vírgula
está condicionado a razões de ordem sintática. Dessa forma, a
presença ou não desse sinal
de pontuação,
além de ser fundamental para determinar a função
sintática
dos termos na oração, é imprescindível no sentido da frase.
Observe:
O advogado do cantor, Sérgio Silva, requereu no Supremo Tribunal de Justiça a anulação da prisão temporária de seu cliente.
O
advogado do cantor Sérgio Silva requereu ontem no Supremo Tribunal
de Justiça a anulação da prisão temporária de seu cliente.
No primeiro exemplo, a presença das vírgulas indica que o nome do advogado do cantor é Sérgio Silva e o nome do cantor é desconhecido por nós. Porém, no segundo exemplo, a ausência das vírgulas indica que Sérgio Silva é o nome do cantor. Neste caso, o nome do advogado é desconhecido por nós.
Veja
mais um exemplo:
João
quer almoçar.
João,
quer almoçar?
As
duas orações são compostas das mesmas palavras, mas a pontuação
diferente altera-lhes substancialmente o sentido.
Na
primeira, há uma frase declarativa, marcada pelo ponto final. O
termo "João" é o sujeito da oração. Na segunda, há uma
frase interrogativa. A vírgula, após o termo "João",
indica que ele funciona como vocativo da oração.
Qual
o sentido você observa nas duas frases abaixo?
Os
candidatos, que não levarem a identidade, não poderão fazer a
prova.
Os
candidatos que não levarem a identidade não poderão fazer a prova.
A VÍRGULA FATAL
A
czarina russa Maria Fyodorovna certa vez salvou a vida de um homem,
apenas mudando a vírgula de sua sentença de lugar. Muito
inteligente, ela que não concordava com a decisão de seu marido,
Alexandre II, usou o artificio a seguir. O Czar enviou o prisioneiro
para a prisão e morte no calabouço
da Sibéria. No fim da ordem de prisão vinha escrito: “Perdão impossível, enviar para Sibéria.” Maria ordenou que redigissem nova ordem, e fingindo ler o documento original, mudou uma vírgula, transformando a ordem em: “Perdão, impossível enviar para Sibéria.” E o prisioneiro foi libertado.
da Sibéria. No fim da ordem de prisão vinha escrito: “Perdão impossível, enviar para Sibéria.” Maria ordenou que redigissem nova ordem, e fingindo ler o documento original, mudou uma vírgula, transformando a ordem em: “Perdão, impossível enviar para Sibéria.” E o prisioneiro foi libertado.
Pode
parecer incrível, mas uma única vírgula causou uma confusão e
prejuízo terrível para o governo dos EUA. A história é a
seguinte: Na lei de tarifa alfandegária aprovada pelo congresso em 6
de junho de 1872, uma lista de artigos livres de impostos incluía:
“plantas
frutíferas, tropicais e semi-tropicais”. Na
hora de escrever o documento, um funcionário público distraído
acrescentou sem perceber uma nova vírgula, deixando o texto assim:
“plantas,
frutíferas, tropicais e semi-tropicais". Isso
fez com que todos os importadores de plantas americanos pleiteassem o
direito de importação livre de impostos. Isso causou uma fortuna em
impostos aos cofres dos EUA, e a lei só foi reescrita em 9 de maio
de 1894. O desastrado funcionário público, ao que parece, não foi
demitido.
A
VÍRGULA DA DIETA DOS PANDAS
O
fascínio popular com erros de gramática valeu a Lynne Truss vários
milhões de libras, quando seu livro sobre pontuação, “Eats,
Shoots and Leaves”
– Uma frase encontrada num comentário sobre a dieta dos pandas –
chegou ao topo da lista de best sellers no Reino Unido e nos Estados
Unidos nos anos de 2003 a 2004 "Eats,
Shoots and Leaves”
com a virgula, significa “Come, Atira e Vai Embora”. No
documentário sobre Pandas, eles provavelmente queriam dizer sem a
vírgula “Eats
Shoots and Leaves".O
que significaria “Come Brotos e Folhas”.
A
VÍRGULA DA BLASFÊMIA
A
vírgula já causou embaraço também para os religiosos. Em várias
edições da Bíblia do rei James, Lucas 23:32 é alterado
inteiramente pela maldita vírgula. Não por ela, mas sim pela falta
dela. Na passagem que descreve os outros homens crucificado com
Cristo, as edições erradas dizem: “E
havia mais dois outros malfeitores”.
A falta da vírgula colocou Cristo como malfeitor na própria Bíblia.
O correto seria “E
havia mais dois outros, malfeitores".
Duplo
sentido
Duplo
sentido das frases é muito comum em escritas rápidas, como
linguagem de Internet, por exemplo, que frases enormes são formadas
em sites de relacionamentos sem nenhuma ou
qualquer
pontuação. Se lida por 4 pessoas, certamente teremos mais de 8
interpretações diferentes de um mesmo texto.
Um
simples erro de colocação de vírgula matou Lucas, um homem inocente.
A vírgula, se mal colocada, muda totalmente o sentido das frases,
ela é um importante detalhe que determina as pausas entre as frases
para sua compreensão, deve ser utilizada como uma ferramenta da
língua com cautela, afinal, por menor que seja, é um recurso enorme e
é capaz de matar alguém!
Num
reino muito antigo, há muitos anos atrás, Lucas, um homem inocente, morre! Lucas teria sido condenado à forca por suposta tentativa de
homicídio, de uma moça da nobreza. Minutos antes do enforcamento de
Lucas, o rei Robert recebe um pergaminho de Amélia, uma espécie de
delegada da época, com os seguintes dizeres: "Homem
bom não, mate-o!"
Robert
então deu o avaro para o enforcamento de Lucas, com a certeza de que
era culpado, com os dizeres escritos por Amélia.
Amélia
quis salvar Lucas, mas um erro de colocação da vírgula acabou por
enforcar um homem inocente. O correto seria:
"Homem
bom, não mate-o!"
Verdadeiro
sentido:
Lucas
morreu enforcado!
A vírgula matou Lucas!
.
*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.
O homem sabe utilizar as ferramentas mais adequadas em seu próprio benefício, verbalmente; entretanto,
muitas vezes, não é capaz de expor suas expressões manuscritas,
pois não consegue trabalhar de forma eficiente ao utilizar os sinais
de pontuação.
Somos
como um ponto de interrogação questionável, sempre questionando e sendo
questionados.
As
vírgulas em nossas vidas vêm para pausar a pressa, que é a inimiga
de nossa perfeição.
muda o sentido de cada enunciação:
1. Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.
2. Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
3. Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
4. Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
5. E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
6. Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
7. A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
Não, espere.
Não espere.
2. Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
3. Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
4. Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
5. E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
6. Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
7. A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.
- Se você for mulher, certamente colocará a vírgula depois de MULHER.
- Se você for homem, certamente colocará a vírgula depois de TEM.
9. Esse texto é bem interessante:
Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e pena, e escreveu assim:
"Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a
conta do alfaiate nada aos pobres".
Não teve tempo de pontuar - e morreu. A quem deixava ele a fortuna que
tinha? Eram quatro os concorrentes. Chegou o sobrinho e fez estas
pontuações numa cópia do bilhete:
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
A irmã do morto chegou em seguida, com outra cópia do escrito; e
pontuou-o deste modo:
"Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga
a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
Surgiu o alfaiate que, pedindo cópia do original, fez estas
pontuações:
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
O juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade; e um
deles, mais sabido, tomando outra cópia, pontuou-a assim:
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres".
- Se você for mulher, certamente colocará a vírgula depois de MULHER.
- Se você for homem, certamente colocará a vírgula depois de TEM.
9. Esse texto é bem interessante:
Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e pena, e escreveu assim:
"Deixo os meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a
conta do alfaiate nada aos pobres".
Não teve tempo de pontuar - e morreu. A quem deixava ele a fortuna que
tinha? Eram quatro os concorrentes. Chegou o sobrinho e fez estas
pontuações numa cópia do bilhete:
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
A irmã do morto chegou em seguida, com outra cópia do escrito; e
pontuou-o deste modo:
"Deixo os meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga
a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
Surgiu o alfaiate que, pedindo cópia do original, fez estas
pontuações:
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres".
O juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade; e um
deles, mais sabido, tomando outra cópia, pontuou-a assim:
"Deixo os meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será
paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres".
10. Muda o sentido da oração:
I - Em pouco não haverá mais meninos que joguem tudo na rua.
II - Em pouco não haverá mais meninos que joguem tudo, na rua.
Na frase II a vírgula apenas explica que os meninos jogam tudo na rua,
enquanto na frase I, onde não há vírgula, há uma restrição, ou seja, os
meninos jogam tudo apenas na rua.
11. Muda o sentido da oração:
I - Era incriminador o olhar que recebi numa viagem de meu filho.
II - Era incriminador o olhar que recebi, numa viagem, de meu filho.
Na 1ª fase, a ideia é de que a viagem foi feita apenas pelo filho e que o
olhar não partiu dele, enquanto que na 2ª frase a ideia é de que mãe e
filho estavam juntos e que o olhar dirigido a ela foi do filho.
II - Em pouco não haverá mais meninos que joguem tudo, na rua.
Na frase II a vírgula apenas explica que os meninos jogam tudo na rua,
enquanto na frase I, onde não há vírgula, há uma restrição, ou seja, os
meninos jogam tudo apenas na rua.
11. Muda o sentido da oração:
I - Era incriminador o olhar que recebi numa viagem de meu filho.
II - Era incriminador o olhar que recebi, numa viagem, de meu filho.
Na 1ª fase, a ideia é de que a viagem foi feita apenas pelo filho e que o
olhar não partiu dele, enquanto que na 2ª frase a ideia é de que mãe e
filho estavam juntos e que o olhar dirigido a ela foi do filho.
12. Muda o sentido da oração:
Matar o prefeito, não é crime.
Matar o prefeito não, é crime.
Matar o prefeito não, é crime.
13. A vírgula e o ponto também:
"Um caçador tinha um cão e a mãe do caçador era também o pai do cão."
"Um caçador tinha um cão e a mãe. Do caçador, era também o pai do cão."
"Um caçador tinha um cão e a mãe do caçador era também o pai do cão."
"Um caçador tinha um cão e a mãe. Do caçador, era também o pai do cão."
Ou seja: O caçador tinha um cão, a mãe do cão e o pai do cão.
14. Limita a significação do antecedente ou acrescenta informação:
O Olavo Bilac que escreveu O caçador de esmeraldas é um bom escritor.
O Olavo Bilac, que escreveu O caçador de esmeraldas, é um bom escritor.
15. Muda o sentido:
Se a corte condena, eu não absolvo.
Se a corte condena, eu não, absolvo.
16. Muda o sentido:
Enquanto o padre pasta, o burro reza.
Enquanto o padre pasta o burro, reza.
17. Como pontuar a frase abaixo?
Uma andorinha só não faz verão
Observe:
Uma andorinha só não faz: verão!
18. Limita a significação do antecedente ou acrescenta informação:
Encontrar você como combinamos não vai dar.
Encontrar você, como combinamos, não vai dar.
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Termos
aos quais queremos dar ênfase (geralmente pleonásticos), mormente quando na
ordem inversa:
As folhas, levou-as o vento.
Ao homem, deu-lhe Deus a sensibilidade para amar o bem.
Palavras
de mesma categoria gramatical (sujeito composto, vários adjuntos, objetos
diretos etc):
A noz, o burro, o sino, o preguiçoso, nenhum sem pancada
faz seu ofício.
Uso da vírgula entre as orações do período: quanto à
vírgula separando orações, devemos observar que todas as orações costumam,
salvo exceções, admitir vírgula entre si.
Separando
orações intercaladas
Os soldados, saltando a pulo as trincheiras, fugiam à
velocidade espantosa do animal.
Não podemos, dizia ele, pagar o bem com o mal.
Observação: a oração intercalada pode vir também separada
pelo duplo travessão e por parênteses.
Separando
orações subordinadas adverbiais, quando iniciam período ou se intercalam:
Como Buda disse, tudo é dor.
Ainda que a situação fosse adversa, conseguimos bom
resultado.
Quando ela desapareceu, o jovem recostou-se ao tronco da
imburana e esperou.
Separando
orações subordinadas adjetivas explicativas:
Os homens, que são seres racionais, dominam a natureza.
O juiz, que era íntegro, não se vendeu.
Observação: A oração subordinada adjetiva é aquela que
desempenha função típica de um
adjetivo, atuando como adjunto adnominal em
relação a um nome da oração principal.
Vem
sempre associada a um nome e introduzida por um pronome relativo que, o qual
(a
qual, os quais, as quais), quem, cujo (cuja, cujos, cujas), onde.
Classifica-se em subordinada adjetiva restritiva e
explicativa.
Oração subordinada adjetiva restritiva é aquela que, como
o próprio nome já diz, restringe
ou particulariza o nome a que se refere a
todos os elementos do conjunto.
A
adjetiva restritiva não se separa da oração principal por meio de vírgula.
Há um conjunto formado por todos os alunos; dentro desse
conjunto há um subconjunto
formado apenas pelos alunos que passarem na prova; a
informação dada pela oração adjetiva
que passarem na prova aplica-se apenas ao
subconjunto: entende-se, portanto, que os demais
alunos (os que não passarem)
não serão inscritos. Percebe-se então que esse tipo de oração
adjetiva
restringe, limita a extensão do termo a que se refere (no exemplo dado, esse
termo é
o substantivo alunos); daí ser classificada como oração adjetiva
restritiva.
Já a oração subordinada adjetiva explicativa é aquela que
não restringe nem particulariza
o nome a que se refere: apenas põe em evidência
uma propriedade interpretada como
pertencente a todos os elementos do conjunto
a que se refere.
A
adjetiva explicativa vem sempre isolada entre vírgulas.
Não se usa vírgula antes de:
Orações
subordinadas substantivas:
Esperamos que ele vença.
Não se imaginava que a propaganda seria tão agressiva.
Observação: As orações subordinadas apositivas, quando
deslocadas, vêm entre vírgulas.
Exs.: Proferiu o agonizante estas palavras: que nós não o
devíamos abandonar.
Estas palavras, que nós não o devíamos abandonar, o
agonizante proferiu.
Orações subordinadas adjetivas restritivas: conforme
explicação dada acima.
Orações
ligadas pela conjunção E:
Quando as orações são ligadas pela conjunção E,
normalmente se utiliza vírgula.
Não obstante, coloca-se vírgula antes da
conjunção E, quando:
As orações têm sujeitos diferentes:
A noite caía, e o baile começou.
A 2ª oração repete o conceito da 1ª (pleonástica):
Neguei-o eu, e nego.” (Rui Barbosa)
O E é puramente enfático (polissíndeto):
E suspira, e geme, e sofre, e sua.
O E tem valor de mas (adversativa):
Estudou, e foi reprovado.
Fontes:
D'ÁVILA, Susana.
Gramática: Uso e Abuso da Língua Portuguesa.
São Paulo:
Editora do Brasil, 1997.
FREAKPEDIA
- VERSÃO BETA: Livre e Insignificante.
Disponível em:
http://www.freakpedia.org/freak/index.php?viewArticle=366
Acesso em 26/03/2012.
JULIOBATTISTI.COM.BR.
Português para Concursos.
Disponível em:
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/pontuacao001.asp
Disponível em:
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/pontuacao001.asp
Acesso em 04/04/2012.
MUNDO
GUMP. As
mais incríveis confusões causadas pela vírgula.
Disponível em:
http://www.mundogump.com.br/as-mais-incriveis-confusoes-causadas-pela-virgula/
Acesso em 26/03/2012.
Disponível em:
http://www.mundogump.com.br/as-mais-incriveis-confusoes-causadas-pela-virgula/
Acesso em 26/03/2012.
PORTUGUES
PARA CONCURSOS. Teoria
Objetiva – Vídeos – Exercícios.
Disponível em:
http://www.portuguesconcurso.com/2009/05/virgula-altera-o-sentido-da-frase-parte_3565.html
Acesso em 26/03/2012.
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Acesso em 26/03/2012.
Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/6280658/Apostila-SEED-Lingua-Portuguesa-e-Literatura
Acesso em: 28/03/2012.
SENAC. Departamento Regional no Estado do Paraná. Gerência de Operações.
Manual de Redação Comercial. 4.ed. Rev. Ampl. Curitiba, 1994. 105p.
SÓ PORTUGUÊS. Sinais
de Pontuação.
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono30.php
Acesso em 04/04/2012.
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Acesso em 04/04/2012.
UOL EDUCAÇÃO – O
Meu Futuro: O Portal da Sua Vida.
Disponível em:
http://www.omeufuturo.com.br/blog/2010/noticia/o-uso-dos-sinais-de-pontuacao/
Disponível em:
http://www.omeufuturo.com.br/blog/2010/noticia/o-uso-dos-sinais-de-pontuacao/
ELIZETE,divertido e com informações importantes seu blog.
ResponderExcluirOi, Josete. Participe sempre que possível!
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